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José Carneiro Girão (Nanha)

by admin on julho 6th, 2011

Uma história de luta

José Carneiro Girão foi um dos pioneiros ao deixar suas raízes na terra natal, Morada Nova, ambiente típico e rústico de criação de bovino, caprino e eqüino e berço dos seus pais e irmãos. Escolheu o Rio de Janeiro, na época capital do Brasil, para constituir família e buscar outro tipo de atividade do seu agrado. Homem iletrado, mas de muita perseverança e inteligência. Encontrou naquela cidade as condições para sobreviver e criar os filhos ao lado de esposa dedicada.

Por ter disposição física e muita determinação, iniciou seu labor como estivador no Caís do Porto. Em seguida, conseguiu ingressar no Lloyd Brasileiro, como Aprendiz de Cozinheiro. Posteriormente chegou a 3º Cozinheiro.

Conforme certidão expedida pelo Ministério da Marinha, navegou em zona de guerra, em comboio sob orientação das autoridades navais brasileiras, no período de 25 de outubro de 1942 a 30 de julho de 1943, pois naquela época com a eclosão da 2ª. Guerra Mundial muitos navios brasileiros foram afundados na costa brasileira por submarinos alemães e italianos. José Carneiro Girão realizou onze viagens durante a guerra, nos navios: “Três de Outubro”, “Comandante Lyra” e “Mandú”. Em uma das viagens, o Comandante Lyra foi torpedeado, em 18 de maio de 1942, pelo submarino italiano “Barbarrigo”, causando a morte de dois tripulantes que se jogaram ao mar na tentativa de alcançar à costa brasileira, bem próxima. Entretanto, o navio não foi afundado, sofrendo poucas avarias sendo possível reboca-lo para o caís de Fortaleza. Conforme registros, toda tripulação – 50 homens – foi salva, exceto os dois.

Em 04 de novembro de 1953, recebeu a medalha naval de Serviços de Guerra pelos valiosos serviços prestados ao País durante a 2ª. Guerra Mundial ao lado das Nações Unidas contra os países do Eixo. Após ser aposentado pela Marinha Mercante com o cargo de 2º. Tenente, na vida civil atuou como Corretor de Imóveis, obtendo relativo sucesso. Paralelamente, com um dos sobrinhos, dedicou-se ao comércio de mercearias nos subúrbios cariocas. Faleceu em 17 de fevereiro de 1989, no Rio de Janeiro. José Carneiro Girão, de pouca formação, percebeu que o Rio de Janeiro, em termos de oportunidades profissionais era uma cidade promissora e, caminhando com muitas dificuldades, encontrou condições materiais e financeiras para que os filhos, como afirmava, “fossem doutores”. Desta forma, orgulhosamente, presenciou a formação dos filhos em diversas áreas profissionais como ensino, engenharia, ciências contábeis, administração, enfermagem e biologia.

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