Girão Família

Biografias

Raimundo Girão

Filho de Luís Carneiro de Sousa Girão e Celina Cavalcanti, nasceu na fazenda Palestina, do Município de Morada Nova, perto três quilômetros da cidade sede municipal, no dia 3 de outubro de 1900, uma quarta-feira. Aos cinco anos de idade, com os pais, mudo-se para Maranguape, cidade em que permaneceu até 1913 e teve a oportunidade de fazer os primeiros estudos freqüentando a escola pública dirigida pela professora Ana de Oliveira Cabral (D. Naninha) e o Colégio particular do prof. Henrique Chaves. Em novembro de 1913, transferiu-se para Fortaleza, passando a freqüentar o Colégio Colombo, do prof. Manuel Leiria de Andrade, e em seguida matriculou-se no Liceu do Ceará, no qual tirou os necessários preparatórios (1919). No ano seguinte, matriculou-se na Faculdade de Direito do Ceará, cujo curso terminou colando grau de Bacharel no dia 8 de dezembro de 1924. Nessa mesma faculdade, doutorou-se em 1936, sendo aluno laureado. Advogado nos auditórios do estado, quando em 1932 é chamado para exercer as funções do cargo de Secretário Geral da Prefeitura de Fortaleza (Secretaria Única), para a 14 de dezembro desse ano receber a nomeação de Prefeito Municipal interino. Efetivou-se no cargo no de 19 de abril de 1933 e o exerceu até 5 de setembro de 1934, dedicando todos os seus empenhos e experiências aos interesses administrativos da Capital cearense. No ano seguinte, por ato governamental de 21 de setembro, foi nomeado, sem que o pleiteasse, Ministro do Tribunal de Contas do Ceará, criado pelo Dec. nº 124, do dia 20, anterior, do Governador Francisco Menezes Pimentel. Nesse governo, foi distinguido com várias e importantes Comissões, inclusive a Comissão cearense que representou o Ceará nas Conferências de Assuntos Econômicos e Fazendários, a primeira reunida no Rio de Janeiro (1940) e a segunda em Salvador (Bahia – 1941). Outra Comissão de alta significação de que fez parte foi à encarregada de elaborar o Projeto de Estatuto dos Funcionários do Estado (1942). Nomeado em 2 de março de 1946 Livre Docente da Faculdade de Ciências Econômicas do Ceará, na Cadeira de Estudos Comparados das Doutrinas Econômicas. Em1949, como representante do estado do Ceará e do Instituto do Ceará (para o qual entrara como Sócio Efetivo em 1941 e do qual foi Presidente de Honra e recebeu, post mortem, o título de Sócio benemérito). Participou do I Congresso Histórico do estado da Bahia, comemorativo do 4º Centenário de fundação da cidade de Salvador, realizado nos dias 18 a 30 de março. Quando Prefeito Municipal (1933 – 34) teve a oportunidade de concorrer para a instalação do primeiro Club de Rotary do Ceará, a que por duas vezes presidiu. De caráter rotário, tomou parte, além de outras, da Comissão Distrital de Manaus (1951), demorando-se algum tempo na Amazônia para sentir melhor as belezas da Hiléia. Duas vezes mais esteve naquela maravilhosa região. Em 1952, é nomeado presidente do Conselho Penitenciário do Ceará, ao qual já servira como Conselheiro desde 1935. Foi Mordomo da Santa Casa de Fortaleza. Com o prof. Mozart Soriano Aderaldo participou do congresso comemorativo do Tricentenário da Restauração Pernambucana, realizado no Recife em julho de 1954. Um dos fundadores e primeiro Diretor da Escola de Administração do Ceará. Nomeado em 9 de janeiro de 1960 Secretário Municipal de Urbanismo, de cuja Pasta foi o primeiro titular, pois foi ela criada por sugestão sua. Nomeado, por Ato de 3 de outubro desse ano, recebeu a nomeação, como primeiro titular da Secretaria de Cultura do Ceará (1966 – 1971). Pasta criada com o desdobramento (a primeira no Brasil) da anterior Secretaria de Educação e Cultura, em conseqüência de trabalho seu constante e cuidadoso, adotado pelo Governo do Estado. Presidiu a Academia Cearense de Letras, no biênio 1957 a 1958, na qual ocupou a Cadeira nº 21 de que é Patrono José de Alencar. Viu-se distinguido com várias Medalhas de Honra, tais como a Medalha da Abolição, a mais valiosa comenda outorgada pelo Estado do Ceará; a Medalha José de Alencar, instituída para “galardoar aqueles que souberam ou puderam concorrer de modo destacado para o engrandecimento da Cultura do Ceará”; Medalha do Mérito Cultural, da Universidade Federal do Ceará; Medalha do Mérito Administrativo, outorgada pela Prefeitura Municipal; Medalha Companheiro Paul Harris, conferida pelo Rotary Internacional; Medalha (ouro), recebida no dia 21 de setembro de 1967, por ocasião da solenidade em que o Rotary Club de Fortaleza homenageou os seus dois sócios fundadores sobreviventes, uma segunda medalha de ouro foi-lhe conferida, pelo mesmo motivo, em 1987; Medalha de Bronze do Governo Francês, como recompensa aos serviços prestados à Cultura Francesa, especialmente como presidente do Comitê des Fêtes du Bi-Milenaire de Paris (1955); Medalha Barão de Studart (ouro) e Medalha Comemorativa do I Centenário de Fundação (ouro), ambas conferidas pelo Instituto do Ceará; Sereia de Ouro, troféu que o Grupo Verdes Mares de Comunicação, após rigorosa escolha, confere a quem (4 por ano) a seu ver pôde ser objeto de sua preferência; Troféu Coruja da APESC (Associação dos Professores do Ensino Superior do Ceará); Diploma de Amigo da Cultura, instituído pela Secretaria de Cultura do Estado, afora muitos outros Diplomas Honrosos e eleições para sócio honorário e correspondente de vinte e oito instituições culturais brasileiras, destacando-se, dentre outros sodalícios, os prestigiosos Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro, sediado no Rio de Janeiro, e o Instituto Genealógico Brasileiro, em São Paulo. Em 1987, a convite do então Ministro da Cultura Celso Furtado, presidiu a Comissão Nacional Preparatória das Comemorações do Centenário da Abolição. A sua bibliografia é alentada: “O Fenômeno Freudiano e a Criminologia” (tese de doutoramento, 1937); “A Receita Pública – Aspecto Brasileiro”, 1937; “Esboço de uma Genealogia”, 1937; “Diretrizes Novas do Conhecimento Financeiro”, 1937; “Fiscalização dos Gastos Públicos”, 1937; “O Ceará” (em colaboração com o Reitor Antonio Martins Filho), 1ª ed. 1939; 2ª ed. 1945; 3ª ed. 1966; “O Comendador Machado e sua Descendência”, 1942; “Coronel Tibúrcio Cavalcanti” (biografia), 1941; Cidade de Fortaleza – Filmagem Histórica” 1945; “História Econômica do Ceará”, 1947; “Bandeirismo Baiano e Povoamento do Ceará”, 1949; “Três Gerações” (ensaios), 1950; “A Princesa Vestida do Baile” (ensaio), 1950; “Pequena História do Ceará”, 1953; 2ª ed. 1962; 3ª ed. 1971; 4ª ed. 1984; “Retrato de Fortaleza” (em colaboração com Ubatuba de Miranda), 1954; “A Abolição no Ceará”, 1956, 2ª ed. 1969, 3ª ed. 1984; “Educandários de Fortaleza”, 1956; “Antologia Cearense”, 1957; “Geografia Estética de Fortaleza”, 1959, 2ª ed. 1979, 3ª ed. 1997; “História da Faculdade de Direito do Ceará”, 1960; “Matias Beck – Fundador de Fortaleza”, 1961; “História Econômica Geral e do Brasil”, 1964; “Ecologia de um Poema” (ensaio) 1966; “Vocabulário Popular Cearense”, 1967; “Montes, Machado e Girões”, 1967; “Palestina, uma Agulha e as Saudades” (memórias), 1984; 2ª ed. 1985; “A Academia de 1894”, 1975; “Famílias de Fortaleza” (apontamentos genealógicos), 1975; “Botânica Cearense na Obra de Alencar e Caminhos de Iracema” (ensaio), 1976; “Porto do Mucuripe – Solução Ótima Para um Problema Difícil”, 1976; “O Senador Pompeu”, 1877 – 1977” (biografia); “Bichos Cearenses na Obra de Alencar” (ensaio) 1977; “A Cidade de Pajeú”, 1982; “Eduardo Henrique Girão (1882 – 1982)” (biografia), 1982; “Uma Dignidade Militar 1882 – 1982)” (biografia), 1982; “Os Municípios Cearenses e os seus Distritos”, 1983; “Fortaleza e a Crônica Histórica”, 1983, 2ª ed. 1997; 3ª ed. 2000; “Páginas Exumadas” (miscelânea), 1982; “Descrição da Cidade de Fortaleza”, de Antônio Bezerra de Menezes, (Introdução e Notas de Raimundo Girão), 1992, publicação póstuma; “Evolução Histórica Cearense”, 1986; “A Marcha do Povoamento do ale do Jaguaribe (1600 – 1700)”, 1986; “O Ceará Pré-Histórico” (conferência), 1986; “Dicionário da Literatura Cearense” (em colaboração com Maria da Conceição Sousa), 1987; “Pequena Galeria Moradanovense” (biografias), 1988 - dentre outros trabalhos menores. Organizou doze obras de variados assuntos e escreveu vinte e três prefácios para livros de terceiros. Sua colaboração em periódicos – jornais e revistas – chega a quase cinco centenas de produções, entre artigos, crônicas e entrevistas. Em enquête promovida pela TV Cidade, de Fortaleza, no ano de 1987, foi consagrado como um dos vinte maiores cearense de todos os tempos. Faleceu em 24 de julho de 1988, nesta Capital. Em 1991, o Prefeito Juraci Magalhães, pelo Dec. Nº 8597, de 29 de agosto, prestou-lhe expressiva e justa homenagem, mudando a denominação da Avenida Aquidabã para Avenida Historiador Raimundo Girão. Casou-se a primeira vez com Maria Monteiro de Lima, filha de Manuel Gonçalves de ima e Luzia do Carmo Monteiro, tendo falecido em 19.11.1925, sem filhos. A segunda, em 27.11.1926, com Maria Gaspar Brasil (Marizot), filha de Prudente do Nascimento Brasil e Inês Gaspar de Oliveira, nascida em Fortaleza, a 18.03.1910. Do casal nasceram dez filhos, que se multiplicaram em trinta e um netos e vinte e nove bisnetos.



Família Girão - História e Genealogia

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