PREFÁCIO
É através da pesquisa genealógica que uma pessoa descobre a origem do seu sobrenome, identificando as antigas gerações do seu clã, bem como o nome do país onde tudo começou. Nestas buscas dos antepassados, onde se incluem também as relacionadas com a onomástica e heráldica, o (a) interessado (a) obtém, além da sua posição na árvore genealógica de sua família, as características do brasão e dos escudos portados por seus primeiros ancestrais.
Orgulhosos por serem descendentes de uma família de notável prestígio, atualmente ou no passado, os pretendentes procuram na sua árvore genealógica o ramo em que os seus antecedentes (pai, avô, bisavô, etc.) estão situados, até estabelecer definitivamente o local que ocupam na sua instituição familiar.
No Ceará, o Historiador Raimundo Girão foi, de fato, o pioneiro na construção da árvore genealógica, dentre outras, da sua própria família, publicada e fazendo parte do seu primoroso Livro “MONTES. MACHADOS. GIRÕES”, editado pelo Instituto Histórico e Geográfico do Ceará, em 1967. Nesta obra, foram catalogados, genealogicamente, 95 netos, 340 bisnetos e 780 trinetos, todos descendentes dos 10 (dez) filhos de ANTÔNIO JOSÉ GIRÃO, o patriarca, fundador da nossa família, em terras alencarinas. E, diga-se de passagem, tudo isso feito em pesquisa-de-campo, na qual o diligente historiador procedeu a consultas em cartório, colhendo informações de parentes interessados ou não.
É profundamente lamentável que, durante os últimos 40 anos, nada tenha sido acrescentado à Árvore Genealógica dos Girões, permanecendo a obra incompleta. Mas, felizmente, um outro gigante da genealogia, o magistrado GUILHERME GIRÃO, com a pertinácia dos que se devotam a esse estudo tão importante quanto difícil, que é a Genealogia, dedicou-se de corpo e alma por mais de quatro (4) anos de laboriosa e exaustiva pesquisa, não lhe faltando ânimo para encarar este grandioso desafio: complementar, corrigir e atualizar, na medida do possível, a Árvore Genealógica dessa importante família cearense, a partir da 6ª até a 10ª geração. É óbvio que o magistrado Guilherme Girão, cujo nome faz parte, agora, do panteão dos genealogistas cearenses, contou com meios e instrumentos mais atuais de consulta e pesquisa na colheita de dados: Livros, Revistas, Jornais, Telefones (Telelistas), Fax, E-mails e nas entrevistas, “tête-à-tête”, em visitas aos parentes; mas, nem por isso foi, esta sua, uma empresa fácil. Na verdade, custou-lhe noites indormidas, num trabalho diuturno, sério e cansativo, motivado, não por querer engrandecer-se à distinção ou desejo de fama, mas, tão somente, por amor a sua, a nossa querida e ilustre Família Girão.
Convém ressaltar, por dever de justiça, que o autor não se limitou à simples atualização dos dados genealógicos da família. Foi mais além. Ampliou o trabalho dando maior dimensão ao conteúdo. Enriqueceu a pesquisa narrando, de início, a história da Família Girão nos países de origem e no Brasil, particularizando suas raízes no Ceará. Cuidou de mostrar biografias de seus ilustres filhos, ressaltando fatos históricos e pitorescos daqueles que mais se destacaram em vida. Fez inserir fotos de nossos ancestrais e de algumas imagens inesquecíveis do sertão e dos velhos casarões de moradia de nossos saudosos antepassados.
Imprimiu, além do mais, as características do seu estilo pessoal, escrevendo, a bem da verdade, por assim dizer, um novo livro.
Enfim, para que um autor sonhe com a imortalidade, precisa fazer algo de notável. E o genealogista Guilherme Girão o fez. Com esta sua obra genealógica, o ilustre prefaciado bem poderia dizer, parafraseando Ovídio, o célebre poeta romano: Per Saecula Omnia Vivam – “Eu viverei para todo o sempre”.
Fundamental, produto de meticulosa pesquisa e escrito com as tintas do coração, este livro precioso, ora lançado pela conceituada Editora ABC, será, com certeza, a obra de cabeceira e de consulta dos Girões.
Setembro/2007
Luís de Sousa Girão
Nove Comunicação