Antonio Eduardo Girão
Antônio Eduardo Girão, próspero fazendeiro, não teve em letras senão as mais indispensáveis para transmitir no papel o que queria transmitir. O curso da vida e a sua equilibrada inteligência fizeram-no um sensato e um comedido, sem impulsos irrefletidos e nem recuos de timidez.
Adiantou-se nos misteres do seu trabalho de dono de fazenda e adotou, rompendo a casca da rotina, a criação de gados nobres e métodos diferentes de extrair do pastoreio o que uma boa técnica pode proporcionar. Foi ele o incentivador, fundador e primeiro presidente da Associação dos Vaqueiros e Criadores de Morada Nova, congregando-se para que, juntos e bem orientados, se tornassem uma força, capaz de levá-los ao melhores resultados da atividade pastoril.
Cidadão reto, senhor de uma sensibilidade de comunicação não comum, por duas vezes foi solicitado a dirigir, como Prefeito, os negócios político-administrativos do seu município, já antes o tendo feito como membro da Câmara dos Vereadores.
O voto popular foi que o escolheu como Prefeito, pois que até então eram os chefes do executivo municipal de nomeação livre do governo do Estado. Venceu duas vezes, em 1927/28 e 1929/1930, em campanhas ardorosas, nas quais, todavia, nunca perdeu, nem ao menos um instante, o aprumo e elegância cívica dos que sabem nelas compor-se como candidatos.
Como chefe de família – e que família de 19 filhos !, desdobrados em 83 netos e muitos bisnetos – não falhou aos ditames da direção do lar, com a ajuda angelical de suas esposas, pois outra vez convolou as núpcias, ferido de cheio pela desgraça de ter perdido a sua Felícia, cuja ausência a nova companheira, a Margarida, graças a Deus soube admiravelmente preencher.
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